De acordo com o Portuguese Housing Market Survey, inquérito mensal promovido pelo RICS e pela Confidencial Imobiliário referente ao mês de janeiro, os preços das casas parecem estar finalmente a recuperar, a primeira vez desde que o país foi alvo de ajuda externa. 

Depois de 8 meses em que os preços da habitação se mantiveram relativamente estáveis, estes aumentaram, ainda que marginalmente, em janeiro. Esta foi a primeira vez desde que o inquérito foi lançado, há 4 anos.

Assim, as expetativas quanto à evolução dos preços são positivas, e deverão continuar a subir nos próximos meses, principalmente no Algarve e em Lisboa.

A ajudar, estará um aumento sustentado dos níveis de confiança no mercado. Para Josh Miller, economista sénior do RICS, este é «um marco importante para o mercado imobiliário português». Contudo, alerta que «se esta tendência pode ou não ser sustentada depende da recuperação económica no geral. Estamos otimistas quanto a essa evolução da economia, embora continuem ainda a haver riscos consideráveis».

Para Ricardo Guimarães, diretor da Ci, será necessária «uma série sustentada de dados positivos antes que se esteja em posição de falar de uma verdadeira recuperação dos preços».

Este inquérito mostra que a procura continuou a aumentar no mercado de compra e venda de casas, numa altura em que as vendas têm vindo a aumentar desde fevereiro do ano passado. As expetativas relativas a vendas estão agora mais elevadas do que em qualquer outro momento dos últimos 4 anos, a par do nível de confiança nacional, que atingiu este mês um novo máximo.

Ricardo Guimarães destaca ainda que «apesar do volume de novo crédito a ser concedido ser ainda reduzido, foi reportado por vários agentes imobiliários que os Bancos estão agora mais otimistas em relação ao mercado», dado que «alguns têm já campanhas comerciais em curso, anunciando spreads mais reduzidos. Este pode ser o elemento em falta para alargar a recuperação do mercado, que estava sobretudo centrada em Lisboa».

Por outro lado, no que concerne o arrendamento, as rendas seguem a sua rota de queda, apesar dos respondentes esperarem uma maior estabilidade no futuro. Neste mês de janeiro, os arrendatários continuaram a aumentar o seu interesse neste mercado, enquanto que o volume de instruções por parte dos proprietários está a diminuir.